Bebidas destiladas, coquetéis e licores
Sempre tive uma grande curiosidade pelo fabrico de bebidas, principalmente as destildas, me facina o modo como são feitas, e acredito que estando em Portugal, onde há excelentes fabricantes de equipamentos de cobre e o mais importante "baratos", penso em aprender a fazer algumas bebidas.
Pesquisando sobre a confecção e a diferença entre as diversas bebidas encontrei um texto de Rubem Queiroz Cobra ele além de nos alertar para o que dita as excelentes regras de etiquetas no que diz respeito ao consumo de bebidas espírituosas, também nos dá uma mini aula no que refere a diferenciação entre os tipos de bebidas.
Vamos ao que ele diz:
"Bebidas destiladas são obtidas pelo aquecimento de
um líquido fermentado, ao ponto em que o álcool da fermentação evapora e
leva consigo alguns componentes tão ou mais voláteis que ele, e graças aos
quais a bebida resultante da condensação do vapor terá odor e sabor
diferentes do álcool puro. O aparelho onde os vapores da destilação são
resfriados é o alambique. Assim, do vinho ( um líquido fermentado) se
produz conhaque, e da fermentação do malte (produto da fermentação de
cereais) se produz o uísque.
O efeito nocivo mais comum da bebida alcoólica
pode ser, na verdade um efeito indireto. Acontece porque o indivíduo tem um
“modelo” de como beber que não é o de uma pessoa bem educada. Então temos duas normas
principais de Boas-maneiras respeitantes à bebida alcoólica: beber com
moderação e não encarnar um estereótipo de bêbado (falar
arrastado, tentar ser engraçado ou queixoso, chorão e apaixonado, mas em
qualquer dos casos, o foco das atenções). Quanto às farras, não são,
obviamente, objeto de Boas-maneiras.
Não se solicita
bebida destilada (whisky, cognac, etc.), nem bebidas alcoólicas
doces (licor, vinho do porto, etc.) como acompanhamento dos pratos
principais. A bebida em um jantar formal sempre foi principalmente o
vinho. O anfitrião oferecerá bebidas destiladas quando forem exigidas por
pratos especiais (sakê, para comida japonesa, cachaça para feijoada
e churrascos gordurosos, etc.). Deve-se beber apenas o que é oferecido a
cada estágio da refeição, no momento oportuno.
Como é o caso de qualquer bebida oferecida a
um convidado, este deve aceitar uma bebida alcoólica apenas se estiver
certo de que a aprecia e sabe como bebê-la. Rejeitá-la depois causará
espécie tanto ao anfitrião quanto aos demais convidados. Pode, no entanto,
aceitar um pouco no copo para experimentar, se for uma bebida que não
conheça.
A norma geral de
Boas-maneiras para a bebida alcoólica é beber com moderação.
Respeitado o limite em que a bebida alcoólica pode ser prazerosa e
inclusive boa para a saúde (uma virtude que se afirma possuir o
vinho e o uísque tomados com moderação), ela poderá ser parte de
um jantar
íntimo oferecido a um casal amigo, de uma festa familiar, ou de
momentos
de descontração no lar. Por essa razão, mesmo que o dono não tenha
interesse em montar um bar em sua sala, e prefira deixar para comprar a
bebida na eventualidade de ter a quem oferecê-la, não deve faltar em sua
casa um equipamento mínimo que seria:
|
|
|
|
|
1 Coqueteleira (Shaker)
de aço inoxidável para agitar os coquetéis
2Copo alto, de aço inoxidável ou vidro, para misturar ingredientes
3Colherinha de cabo longo para ser usada com o copo alto, na mistura das
doses
4Socador de madeira para espremer casca de limão, indispensável para
preparar uma caipirinha
5Macerador ou Raspador de gelo
Saca rolhas. Os simples exigem mais força, e a ginástica de prender a garrafa
entre os joelhos. Não convém tentar saca-rolhas inovadores e complicados.
O de asas pode não ser o mais rápido, mas trabalha com eficiência.
Abridor para tampa de garrafa de cerveja. Embora seja muito comum a tampa
de rosca, pode ser mais rápido para o garçom usar o abridor metálico.
Espremedor de frutas para extrair os sucos para os coquetéis.
Taboa de cortar frutas, de madeira ou de plástico (Limão não pode ser cortado no
balcão porque corrói a pedra, principalmente o mármore).
Faca de aço inoxidável própria para descascar e cortar frutas
Descaroçador de azeitona
6 Um medidor de dozes (25 a 30 gramas ou 1 onça). Corresponde ao máximo de
bebida alcoólica destilada que as pessoas em geral podem consumir sem
risco de malefícios. Muitos anfitriões acham que devem servir doses
"generosas" de bebida e não querem parecer sovinas, utilizando um medidor.
Prefiro ver o medidor como um equipamento útil à virtude da moderação, e
uma garantia de que nada vai sair errado na mistura de um coquetel.
Balde de
gelo para garrafa. Necessário para manter à mesa o vinho branco gelado,
que é como ele deve ser servido.
Balde de
gelo para servir. Contém os cubos de gelo que o garçom vai utilizar, ou
que fica à disposição dos convidados para as bebidas tomadas on the
rocks (com cubos de gelo).
Pinça de
pegar cubos de gelo, fica dentro ou ao lado do balde de gelo.
Cálice para uísque, licor, xerez, conhaque, cerveja, coquetéis, etc. Cada um tem
a forma mais adequada ao tipo de bebida a que se destina.
Confesso que apesar de gostar de receber bem, não tenho todos esses apetrechos, mas acredito ter o suficiente para não fazer feio.
|
Bebidas clássicas. As bebidas
alcoólicas destiladas em geral não se alteram por longo tempo e
portanto,
mesmo que não tenham um grande consumo, podem ser oferecidas
ocasionalmente. As bebidas fermentadas como o vinho e a cerveja
em todas as suas variedades são mais susceptíveis de modificação
com o
tempo.
-
Cachaça. Aguardente obtida pela fermentação do melaço de cana. É um
acompanhante apreciado de pratos muito gordos como a feijoada, por
auxiliar a emulsão e digestão das gorduras. Antes uma bebida de fabricação
artesanal em alambiques nas fazendas, hoje a cachaça é fabricada por
processos modernos que levam em conta inclusive o envelhecimento em barris
de madeira que lhe emprestam odor e sabor refinados. Tem seu copo próprio
de servir, pequeno e estreito.
-
Cerveja. Bebida fermentada de cereais,
pasteurizada, com teor alcoólico baixo. É uma preferência popular como
acompanhante de refeições informais.
-
Chope. Bebida fermentada de cereais, como a
cerveja, porém não pasteurizada e para consumo imediato. É a cerveja
embalada antes de sofrer o aquecimento para a pasteurização. Como não
passa por esse processo de esterilização industrial, o chope contem
bactérias capazes de arruiná-lo, e por isso tem que ser consumido em pouco
tempo. O chope tem a mesma quantidade de álcool da cerveja, porém um sabor
ligeiramente diferente, devido às diferenças nas etapas finais da
produção, inclusive não recebe conservantes químicos, por ter curta
duração.
Conhaque ou Brandy. É um destilado de uva. O nome conhaque origina-se da
região de Cognac na França. Contém de 48 a 54 por cento de álcool. Existem
conhaques de frutas, como o de cerejas (Cherry Brandy). Toma-se em copo sem pé ou de pé curto, com a
forma esférica, cujo bojo se segura com a mão para transmitir calor ao
líquido.
-
Gim
ou Genebra (do francês genièvre). É a base mais utilizada em coquetéis. É
um destilado de cereais aromatizado com vários vegetais, principalmente
bagas do junípero (zimbro). Os gins têm um teor alcoólico de 40 a 50 por
cento.
-
Rum.
Bebida alcoólica produzida pela fermentação e destilação do açúcar de
cana. A concentração alcoólica alcança 45 a 50 por cento. Os escuros têm
gosto mais forte que os brancos.
- Vodka. Produzido pela destilação de cereais diversos, como cevada,
centeio, trigo, etc. Não tem cor. Contém de 47 a 53 por cento de álcool.
Pode substituir o gim em qualquer receita de coquetel. É largamente consumido na Rússia. Serve-se o mais o mais gelado possível, em um copo previamente resfriado, e derramando-se
a bebida sobre as pedras de gelo colocadas no copo, e não o gelo por
último.
-
Uísque.
[Do ingl. Whiskey]. É produzido pela fermentação e destilação
de cereais como centeio, milho ou cevada e contem entre 40 e 55 % de
álcool.. O escocês é fabricado com cevada; o
americano, conhecido como Borbon, é produzido da fermentação do milho.
Uísques feitos de um único malte são mais caros.
-
Vermute. Os vermutes não são destilados e sim fermentados. São vinhos
aromatizados com ervas, e cada marca tem sua receita própria. Existem os
tipos tinto doce, branco doce e branco seco.
-
Vinho. Fermentado filtrado de uvas maceradas de várias espécies. É a
bebida mais apreciada e consumida como acompanhamento de refeições finas e
elaboradas. É também consumido sem acompanhamento
nas suas variedades mais leves e adocicadas.
-
Vinho do
Porto. É um vinho doce (desde meio doce até muito doce).
-
Vinho
branco. É um vinho doce e seco, e tinto seco.
-
Champagne.
Vinho de mesa efervescente. Ao ser aberto, desprende gás
carbônico. O champagne é obtido por uma fermentação elaborada de modo especial. Geralmente contém
10 a 15 por cento de álcool: existem champanhas doces e secas.
Coquetéis e batidas. Os coquetéis são
misturas cuidadosamente dosadas, geralmente entre bebidas destiladas,
bebidas fermentadas, sucos de fruta e água (gelo moído). O objetivo da
mistura é obterem-se sabores especiais diferentes do sabor isolado de cada
bebida da sua composição. As batidas somam ao destilado o sabor de um
fruta. As mais comuns utilizam cachaça ou vodka com suco de frutas como
limão, maracujá, etc.
Coquetéis e batidas, preparação.
Coloque sobre a mesa do bar (ou da copa ou cozinha) todos os ingredientes
enumerados na receita que vai executar, e mais os utensílios necessários.
As bebidas devem ser de boa qualidade e o gelo bem límpido. Coloca-se na
coqueteleira, em primeiro lugar, o gelo picado (a maior parte dos
coquetéis é preparada com gelo picado) e, a seguir, as bebidas, na ordem
em que forem indicadas na receita. Quando forem utilizados sucos de
frutas, estes devem ser frescos, espremidos na hora e nunca enlatados.
Tenha à mão açúcar ou xarope de açúcar para adoçar. Após a mistura, agite
bem o coquetel, pois disso dependerá o seu sucesso. Se for possível,
sirva-o em cálices previamente resfriados, a fim de ser obtido o máximo de
frio, nos coquetéis gelados. Sirva imediatamente; os coquetéis não devem
esperar, pois em geral o repouso é prejudicial a qualquer mistura. Algumas
misturas mais comuns :
-
A
caipirinha. É comumente preparada com uma dose e meia de cachaça (ou
vodka), quatro colheres de sopa de açúcar cristal, e um limão cortado em
pedaços antes macerados com casca, porém sem o miolo branco central, e
adicionando-se gelo moído equivalente a três cubos.
-
Martini. É uma mistura de destilado com fermentado. Misturam-se
1 dose de gim seco (dry gin) e meia dose de vermute seco. Agita-se
na coqueteleira (shaker) com raspas de gelo ou gelo quebrado, e
adiciona-se sumo de casca de limão. Serve-se em copo de pé de formato
próprio para esse coquetel. Colocar uma azeitona espetada no palito. Vodka
pode substituir o gim.
-
Manhatan. É também uma mistura de destilado com fermentado: uma dose
de Bourbon (uísque de milho tipo Jack Daniel's); meia dose de vermute doce
e meia dose de vermute seco. Algumas gotas de Angostura ou de Campari).
Misturar com gelo e servir em uma taça, decorado com uma cereja em calda
ou servir em copo com cubos de gelo (on the rocks)
-
Bloody Mary. Coquetel feito com duas medidas de vodka, uma
latinha ou garrafinha de suco de tomate e uma pitada de sal e pimenta.
Agitar com gelo e servir em copo alto.
-
Margarita. duas partes de tequila, uma parte de licor Cointreau e suco
de limão. Misturar e servir em uma taça com bordos molhados com suco de
limão e pressionada em sal.
-
Martini - É uma mistura de destilado com fermentado.
Misturam-se 1 dose de gim seco (dry gin) e meia dose de vermute seco. Agita-se com
raspas de gelo ou gelo quebrado na coqueteleira (shaker) e adiciona-se sumo de casca de limão. Servir em copo de
pé de formato próprio para esse coquetel. Colocar uma azeitona espetada no palito. Vodka
pode substituir o gim.
-
Manhatan - É também uma mistura de destilado com fermentado: uma
dose de Bourbon (uísque de milho tipo Jack Daniel's); meia dose de vermute doce e meia dose de vermute seco.
Algumas gotas de Angostura ou de Campari). Misturar com gelo e servir decorando a taça com uma cereja em calda
ou servir em copo com cubos de gelo (on the rocks)
-
Bloody Mary - duas medidas de vodka, uma latinha ou garrafinha de suco de
tomate; uma pitada de sal. Agitar com gelo e servir em copo alto.
-
Margarita - duas partes de tequila, uma parte de licor Cointreau e suco de
limão. Misturar e servir em uma taça com bordos molhados com suco de limão e pressionada em sal.
Aperitivos:
O
uísque, os coquetéis secos (não doces), os bitters
(Campari)
e os vermutes, constituem os
aperitivos mais consumidos. Abrem o apetite e predispõem o sistema
digestivo para o trabalho. Abrem o apetite
e predispõem o sistema digestivo para o trabalho; por isso são parte do
hors d’oeuvre, a etapa prévia a uma Refeição Completa.
Os copos ou taças dos drinques aperitivos não são levados para a mesa.
Licores:
São bebidas alcoólicas, doces e perfumadas com algum ingrediente vegetal
característico. A fruta (pequi, jenipapo, etc.) é deixada em infusão em
álcool de cereais, conhaque ou uísque. Os licores, tanto quanto os
coquetéis em que estes entram como base, são apropriados para apos a
refeição (depois do café). Ao mandar servir o licor após a refeição,
o anfitrião apresenta pelo menos duas opções: o tipo seco
e outro do tipo suave, que o garçom leva na bandeja, para escolha dos
convidados.
Os mais comuns:
-
Angustura. Licor amargo extraído da planta de mesmo nome e que entra na
combinação de vários coquetéis.
-
Anisete. [do francês anisette] Licor de Anis, muito popular, e que
alguns utilizam diretamente na xícara para adoçar o café expresso.
-
Beneditino. Fabricado pelos monges beneditinos de Fécamp, na Normandia,
desde 1510. Tem base de conhaque, é considerado ótimo digestivo. O mais
suave tem no rótulo as iniciais D. O. M. que correspondem a "Deo Optimo
Maximo", ou seja, "Para Deus o maior e melhor". Com as iniciais B e B a
bebida tem maior teor de conhaque e o licor é mais seco (menos doce).
-
Cacau. Licor castanho escuro, feito de cacau, e aromatizado com baunilha e
especiarias.
-
Chartreuse. fabricado pelos monges franceses Cartuxos. A fórmula é um
segrêdo. Existem 2 qualidades: amarelo, mais fraco, e verde, mais forte.
-
Cointreau. Originalmente fabricado pela família Cointreau. Além de muito
bom tomado puro, é um dos poucos licores que é agradável também tomado com
cubos de gelo (on the rocks). Presta-se também para saborosos
coquetéis, como o citado Margarita.
-
Creme
de Menta. Geralmente um excelente licor. O que vem em garrafa verde é mais
doce; o da garrafa branca é mais seco. Note-se que crème significa
licoroso ou uma bebida extremamente doce, quase uma calda com sabor de uma
fruta, ou é de leite, ou de café, por exemplo. Mas o Crème de Menta é um
licor, e é "crème" somente no nome e não tem a consistência do creme nem é
tão doce.
-
Curaçau. Fabricado com casca de laranjas verdes; em Curaçau.
-
Drambuie. O nome deriva da expressão celta "Am Dram Buidheac" ("a bebida
que satisfaz"). Pelo sabor sabe-se que é à base de uísque escocês com mel,
mas a receita é um segredo da família Mckinnon que a teria recebido do
Príncipe Carlos em 1745, quando essa família lhe deu abrigo em sua fuga da
Escócia.
-
Grand
Marnier. Licor parecido com o Curaçau é também um licor de laranja com
base de conhaque; um ou outro podem ser usados indiferentemente nos
coquetéis.
-
Marasquino. Licor de gosto forte, fabricado com cerejas e amêndoas; é ao
mesmo tempo doce e amargo.
-
Strega.
Licor italiano com sabor cítrico e de ervas escolhidas. Alguns
apreciadores gostam de tomá-lo com sorvete.
NOTA: Ao servir o licor após
uma refeição, é bom que o anfitrião apresente, ou que o
garçom leve na bandeja opções de licores, pelo menos um do tipo seco e
outro do tipo suave, para escolha do convidado."
Não acha interessante?
Espero que também tenha gostado, vou tentar comprar um alambique, as cataplanas eu já encomendei e nesta mesma empresa encontrei pequenos alambiques por menos de 50 euros, não deu nem para acreditar, a cataplana, assim que chegar posto logo uma bela receita.